São dois projetos os responsáveis por esta vigilância, o de
monitoramento do desmatamento da floresta amazônica brasileira por satélite
(Prodes) e o de levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da
cobertura florestal na Amazônia (Deter), ambos desenvolvidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), instituição governamental vinculada ao
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
O Prodes é o mais antigo e o responsável por calcular as taxas anuais de
desmatamento, isto é, o quanto de floresta foi desmatado em relação ao ano
anterior, representado pelo corte raso da floresta (Figura
1). Tem uma ampla série histórica
com um monitoramento realizado desde 1988. A área mínima mapeada pelo projeto é
de 6,25 ha e já foram utilizados os satélites Landsat-5/TM, CBERS-2-2B/CCD,
IRS-1/LISS-3 e UK/DMC2 e atualmente os mais utilizados são Landsat-8/OLI,
CBERS-4 e IRS-2. O principal objetivo dessas informações é subsidiar o governo
brasileiro no desenvolvimento de políticas públicas voltadas à Amazônia (Inpe,
2020a).
Figura 1: Antes e depois de áreas de floresta desmatadas mapeadas pelo
Prodes, representadas pelas linhas amarelas. Fonte: Inpe, 2019. Metodologia
Utilizada nos Projetos Prodes e Deter.
Já o Deter que é o mais recente, desde 2004 funciona como um sistema de alerta de degradação na floresta (Figura 2), que estão divididas em três tipos:
Desmatamento - desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação
e mineração;
Degradação - degradação e cicatriz de incêndio florestal;
Exploração madeireira - corte seletivo tipo 1 (desordenado) e corte
seletivo tipo 2 (geométrico).
O Deter operou de 2004 até 2017 com imagens do Terra/MODIS, no entanto,
somente uma área mínima de 25 ha podia ser mapeada. Atualmente, utilizando
de imagens dos satélites CBERS-4/WFI e IRS/AWiFS, uma área aproximada de 1 ha
pode ser detectada, porém, somente são disponibilizados ao público em geral
dados com no mínimo 6,25 ha, o que permite um cruzamento com os dados de
desmatamento consolidado disponibilizados pelo Prodes. Isto representou um
ganho, uma vez que os polígonos unitários de desmatamento são em grande parte
menores que 25 ha. Tais dados são passados diariamente ao Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), aqui neste caso
sem restrições de área mínima, para que ações de fiscalização possam ser
realizadas in loco (Inpe, 2020b).
Figura 2: Área de degradação mapeada como de alerta pelo Deter. Em
azul são as áreas já desmatadas mapeadas pelo Prodes e as linhas vermelhas
representam a degradação captada pelo Deter. Fonte: Inpe, 2019. Metodologia
Utilizada nos Projetos Prodes e Deter.
Enquanto os dados do Prodes são divulgados no segundo semestre de cada ano, com os resultados do mapeamento anual do desmatamento, o Deter envia à fiscalização seu alertas de degradação diariamente, que podem vir a se consolidar como desmatamento e serem registrados no levantamento do Prodes do ano corrente.
Os dados de ambos os projetos podem ser acessados e baixados gratuitamente na plataforma TerraBrasilis.
Para conhecer mais a fundo a metodologia destes dois projetos clique AQUI.
Referências:
Inpe, 2020a.
Observação da Terra - Prodes Amazônia. http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/prodes. Acesso em:
05/06/2020.
Inpe, 2020b.
Observação da Terra - Deter. http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/deter. Acesso em:
05/06/2020.
TerraBrasilis,
2020a. Prodes. http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/app/map/deforestation?hl=pt-br.
Acesso em:
05/06/2020.
TerraBrasilis,
2020b. Deter. http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/app/map/alerts?hl=pt-br.
Acesso em: 05/06/2020.
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