Localização
O Cerrado é o segundo bioma mais extenso do território brasileiro (ocupa 23,92% da área do país). Abrange porções de todos os estados da região Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) e o Distrito Federal; A porção leste do estado de Minas Gerais e parte central de São Paulo, na região Sudeste; O Estado de Tocantis na região Norte; e leste da Bahia e Piauí, além de boa parte do Maranhão, na região Nordeste (Figura 1).
Figura 1. Localização e abrangência do Cerrado no território brasileiro.
Vegetação.
Em uma classificação internacional, é considerado uma savana. Trata-se de um complexo vegetacional, havendo grande variação de suas fitofisionomias: desde paisagens adensadas até as mais abertas como ilustra a Figura 2.
Figura 2. Complexo Vegetacional do Bioma Cerrado. (Fonte: EMBRAPA Cerrado).
No Cerrado, geralmente podem ser identificados dois estratos de plantas heliófitas: estrato superior e inferior. O superior é constituído por árvores geralmente tortuosas, de pequeno porte (até 20 m), com cascas espessas, folhas coriáceas e brilhantes ou revestidas por densa camada de pelos e raízes profundas, muitas vezes providas de xilopódio¹; as árvores são espaçadas e entre elas há estratos inferiores com arbustos, subarburstos e uma vegetação rasteira formada, em geral, por gramíneas.
Ipê amarelo no Parque Nacional Chapada dos Guimarães - MT.
Ipê amarelo no Parque Nacional Chapada dos Guimarães - MT.
O súber ou cortiça (casca espessa) das plantas lenhosas é muito desenvolvido e trata-se de um tecido vegetal muito importante na proteção contra a ação do fogo.
Detalhe do súber desenvolvido e marcas de fogo.
Devido à concentração das chuvas, e o período prolongado de seca, as plantas apresentam como estratégia adaptativa, a capacidade de buscar água em profundidades que podem ultrapassar 10 metros. Além disso,outras estratégias de adaptação podem ser observadas: germinação de sementes na época das chuvas, crescimento radicular pronunciado nos primeiros estágios de desenvolvimento das plantas (Assad e Assad, 1999), folhas com estômatos abaxiais, cutícula espessa e com pilosidades, minimizando perdas de água para a atmosfera; resposta de crescimento sob baixas concentrações de nutrientes e pH ácido; acúmulo foliar de alumínio; e ajustamento osmótico das raízes, possibilitando a entrada de água nos meses secos e a continuidade da transpiração e da fotossíntese.
Detalhe do súber desenvolvido e marcas de fogo.
Devido à concentração das chuvas, e o período prolongado de seca, as plantas apresentam como estratégia adaptativa, a capacidade de buscar água em profundidades que podem ultrapassar 10 metros. Além disso,outras estratégias de adaptação podem ser observadas: germinação de sementes na época das chuvas, crescimento radicular pronunciado nos primeiros estágios de desenvolvimento das plantas (Assad e Assad, 1999), folhas com estômatos abaxiais, cutícula espessa e com pilosidades, minimizando perdas de água para a atmosfera; resposta de crescimento sob baixas concentrações de nutrientes e pH ácido; acúmulo foliar de alumínio; e ajustamento osmótico das raízes, possibilitando a entrada de água nos meses secos e a continuidade da transpiração e da fotossíntese.
Já as plantas que dominam a paisagem da agricultura especializada em grãos supõem a presença de água nas camadas superficiais do solo. “Isto significa que, a substituição da vegetação de cerrado por áreas muito extensas cultivadas com plantas que utilizam mais água durante o ano, conduz a algum tipo de impacto na disponibilidade de água” (Assad e Assad, 1999). É interessante frisar também que os recursos hídricos são regulados e armazenados por uma imensa malha hídrica que já se ressente dos efeitos destrutivos das práticas dominantes de especialização agrícola.
Os solos do cerrado, na
maioria, são ácidos, têm baixa capacidade de troca de cátions (CTC) e alta
saturação por alumínio, com destaque para a ordem dos Latossolos, que
representam 45% da área total (Vendrame et al., 2010). Com práticas de calagem
e adubação, grande parte dos solos do Cerrado pode ser cultivada. No entanto, o
monocultivo e outras práticas inadequadas têm causado redução da produtividade
e degradação do solo, com diminuição dos teores de matéria orgânica do solo
(MOS) e consequente redução da fertilidade e aumento da erosão (Loss et al.,
2011). A
adoção de SPD no Cerrado é uma medida que pode atenuar esses efeitos. Outras
vantagens proporcionadas pelo SPD podem-se citar: o controle dos processos
erosivos, na eliminação de operações de lavração e gradeamento, compactantes do
solo, na diminuição do uso de combustíveis, no ganho de tempo pelo menor numero
de operações, na redução do uso de fertilizantes no longo prazo e na maior
rentabilidade e estabilidade. O SPD tem o intuito de contribuir para a melhoria
do solo e da água minimizando ainda, custo para os produtores rurais e danos ao
meio ambiente. (Macedo & Pasualeto).
¹Tubérculo lenhoso, com gemas e reserva de água e de nutrientes, próprios de plantas adaptadas a extensos períodos de seca, que possibilitam a brotação do vegetal ao final do período seco.
Clima
Climograma da cidade de Cuiabá - Fonte: Climate-Data
Referências Bibliográficas
ASSAD, E.D., ASSAD, M.L.L. Cerrado brasileiro: possibilidades e
alternativas para produção e preservação. Brasília, 1999. Texto
preparado como subsídio à
formulação da Agenda 21, área temática – agricultura sustentável.
LOSS, A.; PEREIRA, M. G.; ANJOS,
L. H. C.; GIACOMO, S. G.; PERIN, A. Agregação, carbono e nitrogênio em
agregados do solo sob plantio direto com integração lavoura-pecuária. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasilia, v. 46, n. 10, p. 1269-1276, 2011. http://dx.doi.org/10.1590%2FS0100-204X2011001000022
VENDRAME,
P. R. S.; BRITO, O. R.; GUIMARÃES, M. F.; MARTINS, E. S.; BECQUER, T. Fertility
and acidity status of Latossolos (Oxisols) under pasture in the Brazilian
Cerrado. Anais da Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v. 82, n. 4, p. 1085-1094, 2010.
http://dx.doi.org/10.1590%2 FS0001-37652010000400026
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