sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Anéis de Crescimento


         Na seção transversal do tronco de algumas árvores é possível identificar estruturas circulares concêntricas diferenciadas entre si pela coloração. Tais estruturas, localizadas no lenho, são denominadas anéis de crescimento.

         Estudos de anéis de crescimento em árvores tropicais são cada vez mais freqüentes. Sua importância está relacionada com o conhecimento dos fatores ambientais que influenciam as taxas de crescimento, a produção de madeira e sua qualidade, o intervalo de rotação e as taxas de reposição. Essas informações são de grande relevância para a elaboração dos planos de corte e plantio, ou mesmo para a manutenção de florestas naturais.
           Em um anel de crescimento típico, distinguem-se, normalmente, duas regiões: lenho inicial ou primaveril e lenho tardio ou outonal. As partes mais claras (LENHO INICIAL) são formadas por células mais largas, com paredes finas e conseqüentemente densidade mais baixa, enquanto que as partes mais escuras (LENHO TARDIO) têm células de lume menores com parede mais espessa. Os limites dos anéis de crescimento podem ser marcados por uma ou mais mudanças estruturais das células. Por exemplo, em gimnospermas os anéis de crescimento são definidos por diferenças no lúmem e pelo espaçamento das paredes dos taqueídes. As características para diagnosticar os anéis de crescimento são relativamente constantes em uma mesma espécie, embora sua conspicuidade possa variar em função do ambiente.
            Em espécies de clima temperado, o câmbio cessa sua atividade nos períodos em que a temperatura é mais baixa, o que às vezes se prolonga desde o fim do verão até a primavera seguinte, quando a temperatura se eleva e o câmbio se torna outra vez ativo.Cada vez que o câmbio retoma a atividade interrompida, deixa um sinal representado pela diferença entre as células formadas antes da parada de seu funcionamento e as que se desenvolvem após a reativação. Este conjunto de faixas celulares que representam a atividade cambial no decorrer de um ano é denominado anel anual de crescimento. É possível avaliar a idade da árvore fazendo-se a contagem dos anéis anuais.
              Nas angiospermas, com porosidade difusa, os anéis de crescimento nem sempre são de fácil visualização, especialmente aqueles cuja única marca entre camadas sucessivas é o achatamento radial dos últimos elementos formados. No entanto, muitas espécies de poros difusos produzem mais fibras que vasos perto do limite do anel de crescimento, o que facilita sua visualização.






Os anéis de crescimento anuais constituem verdadeiros bancos de dados naturais que podem armazenar informações ecológicas e históricas. Isso porque, o câmbio, tecido gerador das novas células de xilema e floema secundários, é considerado um sensor dos estímulos ambientais que afetam funções fisiológicas nas plantas. O câmbio responde às variações do ambiente e incorpora informações à estrutura dos anéis de crescimento.













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