No crescimento inicial das
plântulas, os cotilédones são fundamentais na absorção dos recursos maternos
antes da germinação e na transferência de substâncias ou ainda, após a
germinação, quando emergem do tegumento da semente, realizando a função de
fotossíntese (Marshall & Kozlowski, 1976; Kitajima, 1992).
Quando
falamos em cotilédone (s), nos referimos a uma estrutura embrionária presente
nas sementes de Angiospermas. O cotilédone é uma folha modificada que fornece nutrientes ao embrião na sua fase
inicial de desenvolvimento e está inserido no primórdio caulinar, estrutura que originará o caule. A presença de um ou
dois cotilédones permite a diferenciação entre dois grupos principais de
angiospermas: as Monocotiledôneas e as Eudicotiledôneas ( anteriormente
conhecidas como Dicotiledôneas).
Nas Monocotiledoneas o
único coltilédone presente não emerge do solo (figura 1-a), já nas Eudicotiledôneas os
cotilédones emergem juntamente com a plântula (figura 1-b) podendo ser confundidos com
folhas. Porém, eles são estruturas passageiras e a partir do desenvolvimento das
primeiras folhas (consequentemente obtenção de nutrientes pelo processo de
fotossíntese) eles caem.
Figura 02 – Processo de germinação em Monocotiledôneas.
(Fonte: Sobiologia)
Figura 03- Processo de Germinação em Eudicotiledôneas
(Fonte: Sobiologia)
Além da diferenciação pelo número
de cotilédones presentes, os dois grupos também podem ser diferenciados por outras
características morfológicas:
Monocotiledôneas possuem sistema
de raízes fasciculadas,ou seja, não há diferenciação entre uma raíz principal e laterais. Em
contrapartida, nas Eudicotiledôneas, o
sistema radicular é pivotante (ou axial), onde é possível distinguir uma raiz principal de outras laterais.
Um diferença marcante também pode
ser observada no que tange a nervura foliar. As Monocotiledôneas de modo geral, apresentam
nervuras paralelas (paralelinérvea ) e as Euducotiledôneas tem um tipo de
organização das nervuras que geralmente lembra uma pena ( peninérvea).
Ao contrário do que ocorre no
grupo das Eudicotiledôneas, a bainha é geralmente bem desenvolvida em
Monocotiledôneas.
Referindo-se às flores,
geralmente encontra-se Monocotiledôneas com verticilos protetores( cálice e
corola) com 3 (ou múltiplos) peças cada um. Eudicotiledôneas podem ser
tetrâmeras ou pentâmeras ( ou múltiplos de 4 e 5 ).
MARSHALL, P.E.; KOZLOWISKI, T.T. 1976.
Importance of photosynthetic cotyledons for early growth of woody
angiosperms. Physiologia Plantarum, v.
37, p. 336–340.
Muito obrigada pelas informações. Eu as utilizei num texto. Abraços!
ResponderExcluirOi Deinha, Obrigado pela visita! Que bom que foi útil.
ExcluirMuito bom ! Simples e objetivo ! Parabéns !
ResponderExcluirObrigado pela visita.
ExcluirÓtimo, entendi perfeitamente. Obrigada!
ResponderExcluirMuito obrigado pela visita Ana! Que bom que foi útil.
ExcluirPor que o cotilédone das eudicotiledoneas é maior em termos de reserva nutritiva se comparado com o cotilédone das monocotiledôneas?
ResponderExcluirObrigado pela Visita Marcos Vinicius. Essa é uma boa pergunta, e não sei se conseguirei responder de forma satisfatória.
ExcluirNa linha evolutiva, as monocotiledôneas são mais basais e agrupam espécies com porte menor. O surgimento de dois cotilédones e a reserva nutritiva (por isso o tamanho maior) permitiu que espécies de grande porte tivessem sucesso na instalação. Durante a germinação os tecidos de reserva garantem o suprimento de energia (principalmente fornecendo amido) até que a plantula consiga por si só retirar suprimentos do solo (radicula) e realizar a fotossíntese com surgimento do primeiro par de folhas.
Mas vou levar seu questionamento adiante e investigar mais sobre o assunto. Abraço.